Na manhã de ontem, a TRIBUNA DO NORTE visitou algumas escolas estaduais de Natal e flagrou salas vazias e corredores vagos. Na Escola Estadual Padre Miguelinho, localizada no Alecrim, apenas dois pedreiros estavam no local realizando obras de reparo na entrada do prédio. "O vigia saiu e disse que voltava já. Não sei para onde ele foi", disse um deles. "Mais cedo, vieram uns professores aqui para dar aula, mas foram embora porque não apareceu nenhum aluno", afirmou o outro.
Na Escola Estadual Berilo Wanderley, em Neopólis, o cenário era parecido. Não havia alunos e o porteiro disse que a diretora da escola tinha ido ao local, no início da manhã, para saber se os alunos tinham comparecido. "Mas eles [os alunos] não aparecem dia de sábado. Os professores tentam, mas não adianta", disse.
Já na Escola Estadual Edgar Barbosa, em Lagoa Nova, o auditório estava lotado. Mas não havia aula. Professores e a diretora da unidade estavam reunidos com os pais dos alunos. Era dia de entrega dos boletins e avaliação do desempenho dos estudantes. Segundo a diretora, Joseane Xavier Cavalcanti, o calendário escolar está sendo cumprido aos sábados, porém, assim como nas demais escolas visitadas pela reportagem, a frequência dos alunos não é satisfatória. "A gente planeja as aulas, organiza o cronograma para não haver perda de conteúdo e recuperar o tempo perdido com a paralisação. Mas os alunos, mesmo com o apelo dos professores, não vêm assistir as aulas. É lamentável", afirmou.
Pelo plano de aula aprovado pelas escolas, o ano letivo deve seguir até o final do mês de janeiro de 2012, isso porque a escola que se manteve por mais tempo em greve ficou paralisada por cerca de 50 dias. Os professores da rede estadual passaram 72 dias em greve, que se iniciou no dia 2 de maio e foi encerrada no dia 13 de julho, quando o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte decidiu pela ilegalidade da paralisação.
Fonte: Tribuna do Norte
Betinho Alves
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