Apesar das limitações os professores não se desestimulam e, com criatividade, conseguem espaço onde não há. Transformar um pequeno quintal em uma mini-quadra foi o desafio encarado pelos professores da escola, que já é naturalmente prejudicada pela ausência da disciplina de educação física visto que não há lugar para a prática esportiva.
Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press |
Porém, ainda restava um problema: o espaço é tão pequeno que um chute mais forte levaria a bola para o outro lado do muro da escola atingindo as casas dos vizinhos. Inspirados na rede de pescar dos pais dos alunos, os professores foram criativos e confeccionaram à mão uma rede de nylon para fazer a cobertura e as laterais da quadra e ainda conseguiram uma grade de ferro e afixaram por trás de uma trave.
Após as primeiras partidas de um torneio de futebol entre alunos, os resultados já são bastante visíveis. Segundo a diretora Marluce Caetano, os meninos estão aprendendo não apenas a fazer gols e a se defender das investidas do adversário, como também estão se apegando mais aos livros, à leitura e tomando mais responsabilidade pelas atividades, além de melhorar bastante o comportamento em sala de aula.
O testemunho da diretora foi confirmado pelas mães de alguns alunos. Para a dona de casa Neuma Maria de Souza, 48, mãe do pequeno Marceliano de Souza, 10, que estuda o 3º ano, o garoto está tomando gosto pela escola e está fazendo todo o dever de casa sem reclamar. Ela elogia o comportamento da escola que condiciona as atividades esportivas somente após o cumprimento das tarefas escolares.
A vendedora ambulante Denise Rocha, 40, mãe de Douglas Matheus, 6, que estuda no 1º ano, disse que o menino está empolgado e só fala no esporte e em conseguir um tênis e uma joelheira. "Antes, quando não estava na aula ele queria ficar em casa e brincando na rua. Hoje, se deixar ele passa o dia inteiro na escola tão grande é a amizade que ele criou com os colegas", disse Denise. Enquanto os alunos vão se aperfeiçoando no esporte, os professores orientam que para serem bons também no conteúdo de sala de aula porque uma coisa depende da outra.
FONTE: Diário de Natal
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