segunda-feira, 5 de setembro de 2011

COM A PALAVRA, O PROFESSOR ADAÉCIO

EDUCANDO: PERDENDO O MEDO, CAMINHANDO E AJUDANDO A CAMINHAR

Escrever é exorcizar fantasmas. Ou melhor, dialogar com eles. De repente, uma idéia, uma problemática se apossa da gente e a melhor forma de se libertar desse encosto é enfrentá-lo. O que me motivou a escrever estas linhas não foi algo muito novo, nem o que vou falar o é, inclusive. Talvez a novidade seja a descrição de algumas nuances acerca desta problemática.

A questão é antiga e batida: na nossa pratica pedagógica, devemos ser conservadores ou construtivistas? Treinar ou fazer desabrochar inquietações?

Várias são as nuances que comungam para que a educação aconteça como adestramento e treinamento. Vejamos algumas delas. Primeiro vem o fato de que é muito mais fácil fazer o que vem sendo feito desde sempre do que propor algo diferente. Associado a isso, ou como parte deste processo vem o fato de que o capitalismo e seu mercado encorajam a necessidade de se preparar os estudantes para este mundo que ai está, para o dito mercado, instituindo aquilo que Paulo Freire chamou de educação bancária, na qual os aprendizes vão à escola, enchem suas gavetas de palavreados, conceitos e expressões e vão trabalhar. Algo totalmente mecânico. Acima de tudo isso, está o fato de que o ser humano está sempre apegado a certa noção de segurança, tentando sempre encontrar o seu paraíso, o cessar dos conflitos, como se isso fosse alcançado tão facilmente, e por um ato de vontade.

Mas, bancando o advogado do diabo, diríamos: até que ponto se tem direito de propor algo diferente para nossos alunos? Que direito nós temos de jogá-los na correnteza (diriam os mais conservadores)? Vejamos, agindo desta forma conservadora estamos nos colocando como deuses, como entes que deteriam a capacidade e a prerrogativa de decidir pelos outros, nesse caso os alunos. E pior ainda, estamos pressupondo com isso que o aluno é em si refratário ao novo, onde na verdade me parece que essa resistência vem sim é de nós mesmos. No fundo, quase sempre, a batalha a travar é contra nós mesmos.

O fato é que somos ainda muito presos àquela concepção de aluno como tabula rasa, como folha em branco que devemos preencher. Inclusive, acerca disso, lembro-me do que me falou o amigo Newton Lucena outro dia, quando de andada pelas ruas de Natal, sobre o fato de a palavra aluno significar “aquele que não tem luz” (a – negação; luno - luminoso). As palavras realmente são nascentes por onde podemos apanhar os signos do mundo. Essa concepção acerca do aprendente, daquele que está em desenvolvimento, fez com que o professor – este termo inclusive remete àquele que professa, que repete, que doutrina, ao invés de educador, que seria algo mais completo - se transformasse em um profissional, apenas, um assimilador e repetidor de teorias, escravizando-nos nessa tarefa hercúlea de lotar a gaveta, o receptáculo, levar luz a um ser supostamente opaco.

Apesar do relativo pouco tempo que convivo como professor com colegas em escolas, pude perceber nos nossos semblantes a insatisfação com a situação em que estamos metidos, muitas vezes por não desenvolvermos completamente nossas reais questões. Não tenhamos medo meus amigos. Saltemos pra dentro de nós mesmos. O que importa não são os portos, mas a travessia. Devemos exercitar a sabedoria e nessa caminhada nada mais natural e generoso de nossa parte do que ajudar aqueles que estão iniciando a sua travessia, assim como outros nos ajudaram. Eis o que seria uma bela metáfora para a figura e a prática do professor, ou melhor, do educador.

Percebo na maioria dos professores, uma componente muito forte ligada à imaginação, ao sonho, à sensibilidade, sendo este o motivo que talvez os fizeram procurar aquela carreira. Mas acontece que as formatações do sistema educacional o levam a se tornar um treinador de jovens e um repetidor de teorias, e isso faz desaparecer o brilho de seus olhos. Não sei se já ouviram falar, mas os pássaros que não apreendem a voar acabam morrendo de tristeza, de melancolia, digamos. Algo semelhante acomete os professores, inclusive sendo talvez responsável por diversos problemas emocionais relacionados a esta classe.

E o econômico, o mercado, o poder de compra, e o dinheiro, estas neuroses modernas, são obstáculos a transcender – podemos até conviver com elas, mas não podemos deixar que sejam representantes absolutos de nossa natureza, de nossos anseios, pois nos impediriam de alcançar as nossas reais verdades. Lembro nesse instante de uma história transmitida a mim pelo amigo Pablo Capistrano. Por coincidência depois pude ter acesso a esta bela narrativa em livros. O que seria de nós sem os amigos? Sem eles como faríamos o ritual diário? Epicuro que estava certo, um homem precisa de poucos e bons amigos, e de uma vida analisada.


A estória se deu na Grécia Antiga, e se passou, salvo pequenas incongruências, como informo a seguir. Alguns estudantes de filosofia, de tanto ouvirem falar do sábio, do grande Heráclito de Éfeso, decidiram conhecê-lo – este pensador é muito conhecido pelo aforismo em que manifesta o caráter fluido e mutável do mundo, da existência, ao declarar que jamais um homem tomará banho num mesmo rio, pois ambos, passados um segundo que seja, seriam diferentes de outrora. Estes jovens cruzaram grandes distâncias e dificuldades até encontrar a casa daquele velho sábio. Encontrando uma humilde residência tiveram a informação de que ali habitava o eminente Heráclito. Ao observarem aquele senhor velho, tentando acender uma fogueira para se esquecer e talvez cozinhar alguma comida, não se contiveram e exclamaram: “este é o grande Heráclito de Éfeso, considerado o oráculo vivo da Grécia?”. Nesse instante ele olhou para os jovens e balbuciou, do alto de sua grande sabedoria: “Os deuses também habitam esta casa”.

Ritualizemos sempre.
Adaécio Lopes.

# MINISTÉRIO PÚBLICO DIZ QUEM TEM DIREITO A MERENDA

 Advertência do MP tem se transformado em paranóia, diz sindicalista
Os diretores de escolas estão sendo advertidos pelo Ministério Público sobre quem tem direito à merenda escolar. “Essa pressão do MP toma por base as normas gerais do Ministério da Educação, mas tem se transformado em uma verdadeira paranóia”, diz a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso.
A dirigente chama a atenção para preocupações maiores com a alimentação escolar. É ocaso do financiamento, que já foi investigado pela Controladoria Geral da União (CGU) e veio à tona em março deste ano. Na ocasião, a imprensa denunciou o maior ralo existente para escoamento da verba da alimentação escolar e ele está, justamente, nas prefeituras.
Para a dirigente, o papel do Ministério Público tem se invertido com essa questão. “Apesar das constatações feitas pela CGU, que demonstram os desvios de recursos feitos pelos gestores, das notas frias, do superfaturamento dos produtos, o MP decide centrar suas atenções justamente nos professores, pelo simples fato de se alimentarem da merenda excedente.”, afirma a sindicalista.
Fátima Cardoso lembra que esse assunto já foi pauta de discussão da assembleia da categoria e reafirma a deliberação da época: "A alimentação escolar é do aluno, isso é lógico. Contudo ela não está restrita só aos estudantes. A comunidade escolar pode se alimentar também, desde que não falte para os alunos.”, disse.
O que mais impressiona é não se poder utilizar o alimento que é excedente. “Há falta de alunos, existe uma variação no consumo do alimento, entre os estudantes, alguns deles levam merenda de casa etc. Sendo assim, a quantidade de alimento preparado sempre é superior ao que é consumido pelos alunos. Que mal há em e ele ser utilizado pelos trabalhadores? É preferível que a comida vá para o lixo a ser redistribuída?”, questiona a dirigente.
A sindicalista disse, ainda, que solicitará ao MP um trabalho efetivo naquilo que realmente que destrói o Patrimônio Público, que é a má gestão da verba destinada à merenda escolar.
Fonte: Sinte-Rn

# PROFISSIONALIZAÇÃO DE  MERENDEIRA ESCOLAR

Há um Projeto de Lei sobre a profissionalização de Merendeira Escolar que tramita na comissão de seguridade e família sob o número de 509/11. Caso seja aprovado, o projeto obrigará as escolas públicas e filantrópicas da Educação Básica a terem técnicos em alimentação escolar.
O projeto de lei combina com a formação técnica do Pró-Funcionário, criado no governo Lula. A importância da futura lei consiste em obrigar aos estados e municípios a se profissionalizarem e a evitar a contratação de empresas para esse fim. Para a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso, esse Projeto de Leisó reforça a pauta de reivindicação da categoria. “Insistir na realização de concurso público será o caminho de luta da nossa entidade.”, afirma.

Fonte: Sinte-Rn

1 comentários:

Betinho Alves disse...

Desde de já quero dar Parabéns a Escola Estadual 20 de Setembro pelo o projeto organizado para o Dia 07 de Setembro, Alguns organizadores junto com o Diretor Eloi ta conseguindo juntar Pais, Alunos, Professores e Conselho Tutelar junto com o Secretario de Esporte Thiago...Primeira escola q consegui reunir todas essas pessoas para participar de um Torneio organizado pela escola.A escola e os organizadores estão de Parabéns.Bom torneio para todas as equipes e vamos deixar o símbolo da paz brilhar mais do q o símbolo da briga.Paz na escola e na rua!

Do Amigo da Escola:Betinho Alves

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