terça-feira, 12 de julho de 2011

PROJOVEM TEM ALTO ÍNDICE DE ABANDONO

Metade dos alunos do Projovem abandona sala de aula


Desistência dos alunos provoca fechamento das turmas e remanejamento de estudantes para outras escolas inseridas no programa
Postado em 12/07/2011 às 08:47 horas por Bruno Soares na sessão Educação
O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM) enfrenta um alto índice de evasão escolar em Mossoró. De acordo com dados da Gerência Executiva de Educação, órgão responsável pela coordenação do programa, já chega a 50% o número de jovens que abandonaram a sala de aula nessa segunda edição. A cada edição são contemplados 800 estudantes, estima-se que 400 já abandonaram as salas de aula.

O problema da evasão escolar não é exclusivo do Projovem, trata-se de uma realidade comum em turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e reflete as dificuldades que muitas pessoas têm em conciliar trabalho e estudo.

O ProJovem Urbano destina-se a promover a inclusão social dos jovens brasileiros de 18 a 29 anos que, apesar de alfabetizados, não concluíram o ensino fundamental, buscando sua reinserção na escola e no mundo do trabalho, de modo a propiciar-lhes oportunidades de desenvolvimento humano e exercício efetivo da cidadania.

De acordo com a professora Mariza Pinto, coordenadora executiva do ProJovem em Mossoró, a interpretação é de que o programa é destinado para pessoas que vivem em condições de alta vulnerabilidade.

“Alguns participantes do programa são dependentes químicos, ou têm problemas familiares. São pessoas que deixam de estudar e se casam cedo, tem filhos que ainda estão pequenos, não tem com quem deixar. São vários os motivos”, explicou.
 
Segundo Mariza Pinto, antes o Governo Federal, que é o órgão responsável pelo programa, tinha a intenção de fechar as turmas já a partir de 40% do quadro de evasão escolar. “O Governo Federal depois entendeu que os níveis de evasão escolar nesses casos eram normais, e que premiar esses 50% seria louvável, então a tolerância passou a ser de 50%, o que temos agora”, disse.

Com o quadro de evasão nesse nível, dez professores e mais quatro merendeiras foram demitidos e alguns alunos remanejados. Além disso, o recurso repassado pelo Governo Federal vem de acordo com o número de alunos. O governo realiza uma pesquisa através de uma universidade em Juiz de Fora (MG).

Os alunos que cursam o ProJovem, além da inclusão social, ainda recebem uma bolsa mensal de R$ 100,00, caso comprovem 75% de frequência e 75% dos trabalhos realizados.
 
“Esse programa eleva o nível de escolaridade. Sabemos que depois que deixam a escola, para voltar é difícil, mas já temos casos de alunos que concluíram a primeira turma, fizeram o Enem e agora vão ingressar na universidade”, disse Mariza Pinto.
 
A coordenadora do programa explicou que essa é a segunda edição, e que na primeira, iniciada em 2009, a evasão foi de 40%. “É como na época de veraneio, quando registramos um grande número de faltas, os alunos desaparecem mesmo”, explicou.
 
Dentro da parceria com os municípios, a prefeitura contribui com a estrutura da escola, laboratórios de informática, transporte escolar para as aulas de qualificação profissional, equipe de apoio e assistência técnica.

Com informações da repórter Monalisa Cardoso
Foto:  Ednilto Neves/Gazeta do Oeste

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